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Consumo de gás natural cresce em indústrias do Amazonas

Segmento registrou alta de 13% no consumo do combustível no ano passado, apontam dados da Cigás

A matéria foi destaque na primeira página do Jornal Em Tempo


O preço mais competitivo do gás natural (GN) tem alavancado a demanda industrial pelo combustível. Dados da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), concessionária do serviço público de distribuição e comercialização de gás natural, indicam uma marca histórica de consumo do GN por empresas do parque fabril local.

Balanço da Cigás sobre o volume comercializado de gás natural, em 2022, revela que a demanda do segmento industrial alcançou média de 173,2 mil metros cúbicos por dia (m³/d). Este resultado é 13% maior do que o registrado no mesmo período de 2021, quando a média de consumo atingiu 153,5 mil m³/d.

A alta na demanda por gás natural pelas empresas do parque fabril de Manaus ocorre em virtude de diferentes fatores, entre os quais o menor preço do gás natural em comparação com outras alternativas energéticas, o que impacta no próprio nível de competitividade das indústrias.

Maior consumidora do combustível do segmento industrial no Amazonas, a Placibrás da Amazônia, mais conhecida como PCE, utiliza gás natural desde dezembro de 2019. A empresa utiliza o GN na produção de vapor saturado para alimentar uma fábrica de produção de papel e uma fábrica de papelão ondulado.


Conforme o representante da Gerência Industrial da PCE, Edson Silva, a motivação da decisão do uso de gás natural foi a questão ambiental, pois o combustível proporciona queima limpa. Ele destaca ainda a economia na produção de energia e o custo competitivo como benefícios relevantes gerados a partir do uso do gás natural.

Levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no período de 1º a 7 de janeiro, corrobora a competitividade econômica do gás natural. O estudo indica que o gás natural utilizado em indústrias, no Amazonas, apresenta economia de até 61% em comparação com outros combustíveis.

Dados do Ministério de Minas e Energia (MME) também apontam a vantagem competitiva do gás natural distribuído no estado. A edição de outubro de 2022, que é a mais recente do Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural, publicada pelo referido ministério, demonstra que o Amazonas tem a menor tarifa do

Brasil para os segmentos industrial, veicular, comercial e residencial.

Vantagens adicionais

Os benefícios do gás natural vão além da questão econômica. A empresa Fortlev, unidade consumidora desde 2020, utiliza o insumo no aquecimento de forno, responsável pelos moldes que formam os reservatórios plásticos na fabricação de reservatórios para água, por meio de processo denominado de rotomoldagem.

O representante da empresa, Douglas Borges, aponta que o gás natural proporciona segurança no processo, uma vez que favorece melhor controle de variáveis importantes, como vazão, pressão, temperatura e poder calorífico, essenciais na padronização do processo. Conforme Borges, com isso, a Fortlev consegue manter o mesmo padrão das unidades do restante do país, que utilizam este mesmo modal de fornecimento de energia.

Além da utilização em aquecimento de fornos, o gás natural tem uma diversidade de aplicação. Em indústrias, o combustível também pode ser utilizado na geração de energia elétrica e de vapor, aquecimento de secadores, climatização, cocção de alimentos, abastecimento de frotas de veículos e empilhadeiras.

Também se deve destacar que a distribuição de GN é feita por rede canalizada, os chamados gasodutos, que ficam enterrados, descartando a necessidade de estocagem e garantindo abastecimento contínuo. Outro ganho é o fato de que o uso do insumo reduz os tempos de parada de processos industriais para limpeza de equipamentos, em razão de não emitir partículas e ainda alcançar curvas de temperatura que garantem alto índice de eficiência do combustível.

Mercado de gás natural e a ZFM

A concessionária atende cerca de 60 empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). Essas empresas beneficiadas são de diferentes segmentos: eletroeletrônico, duas rodas, papel e papelão, químico, bebidas, mecânico e metalúrgico.

O diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar, ressalta que o PIM é o grande motor da economia do Amazonas. Segundo ele, as ações do Governo do Estado visando o fortalecimento da Zona Franca de Manaus (ZFM) e também a expansão de novas matrizes econômicas, como a do mercado do gás natural, está propiciando essa soma de esforços e propiciando que, cada vez mais, diferentes atividades econômicas atuem em cooperação, em benefício do estado como um todo.

“A Cigás tem orgulho de contribuir com este importante vetor de desenvolvimento, que é a Zona Franca de Manaus”, frisa.

Ele destaca ainda que a Companhia continua investindo em obras para ampliação de rede de distribuição de gás natural a fim de atender novas indústrias e outros segmentos. Atualmente, a Cigás conta com mais de 12,6 mil unidades consumidoras contratadas dos segmentos termelétrico, industrial, veicular, comercial, residencial e autogeração/liquefação.



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